segunda-feira, 16 de abril de 2012
4 – Apologética( a bíblia católica)
SIGNIFICADO:
A palavra apócrifo significa obra ou fato sem autenticidade ou cuja autenticidade não se provou. E, também "oculto". Isto quer dizer que estes livros não eram acessíveis a todos. Hoje são considerados não-autênticos. Não são livros canônicos, mas úteis para estudo e até mesmo para edificação conforme foram considerados no início.
LOCALIZAÇÃO HISTÓRICA:
Foram produzidos entre o 3o e 1o século AC, com o cânon já definido. Em grego, menos Eclesiástico, Tobias e I Macabeus. A cultura gentia os assimilou (o cânon de Alexandria). O historiador Josefo, os judeus e a Igreja cristã rejeitaram.
A LXX (Septuaginta) os incluiu como adendo (seguindo o cânon alexandrino). No Concílio de Cártago, em 397 DC: foram considerados próprios para a leitura. O Concílio Geral de Calcedônia, 451 DC, os negou. Foram colocados no cânon em 08.04.1546, numa sessão com 5 cardeais e 48 bispos, apenas, e não foi por unanimidade. Em 1827, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira os excluiu da Bíblia (não editando nem mesmo como adendo). Desde então esta é a postura protestante.
HISTÓRICO DO CÂNON:
Em 170, o bispo Melito faz a primeira tentativa de um cânon. Omite Ester, Lamentações (talvez fosse um livro com Jeremias) e Neemias (que era um livro com Esdras). Acrescentou Sabedoria de Salomão. Orígenes (morto em 254): aceitou o testemunho de Josefo (Archer, 74) mas incluiu a Epístola de Jeremias (que foi escrita em hebraico). O que temos como cânon do Velho Testamento foi aceito por longo tempo pela cristandade como um todo. A Bíblia protestante segue exatamente o cânon judaico. Não é a Bíblia protestante que tem livros a menos. A Bíblia católica é que tem livros a mais. Foi a Igreja Católica quem os acrescentou.
A BÍBLIA CATÓLICA:
Seguindo a Vulgata que traduziu da LXX (Septuaginta), o cânon católico incorporou os apócrifos após a Reforma. Quando a Vulgata os inseriu, distinguiu-os dos outros, que chamou de canônicos. Aos apócrifos chamou de eclesiásticos. Ao todo são 12 livros ou enxertos:
-VULGATA: I Esdras, II Esdras, Tobias, Judite, Adição a Ester, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Adições a Daniel (Cântico dos 3 Moços, História de Suzana e Bel e o Dragão), Oração de Manassés, I Macabeus, II Macabeus.
-BÍBLIA CATÓLICA: Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Judite, Baruque, I Macabeus, II Macabeus e adições ou acréscimos a Ester e a Daniel.
ALGUMAS INFORMAÇÕES:
Judite foi escrito no século II a.C. é a história de uma judia que mata Holofernes. Ver a nota da BJ - Bíblia de Jerusalém, p. 725; O Códice Vaticano, um dos manuscritos mais respeitados, não tem Macabeus; II Macabeus 15:37 faz um discurso para justificar do suicídio; No livro de Tobias o anjo Rafael mente e engana as pessoas; Sabedoria foi escrito no ano 50 a.C.
UM DIÁLOGO:
- Existem pessoas que não acreditam na Assunção de Maria Santíssima porque não tem acesso aos livros e evangelhos apócrifos. Esta questão da Assunção de Nossa Senhora é fato comprovado e documentado. Caso queira comprovar minhas palavras, faça um cursinho de hebraico e aramaico e vá até a biblioteca do vaticano para ler alguns manuscritos.
- Não se trata apenas de conhecer hebraico ou aramaico. Bobagens foram escritas nesses idiomas tanto quanto o são em português... O fato do livro está na biblioteca do Vaticano não lhe confere autoridade canônica. Trata-se da autenticidade dos textos deuterocanônicos (apócrifos). Mandar-nos procurar nos "apócrifos" é o mesmo que mandar-nos ler, por exemplo, o "Evangelho Segundo o Espiritismo" de Alan Kardec. Podemos até lê-lo mas daí a adotar as verdades kardecistas com base num deuterocanônico... O Evangelho do Kardec é encontrável em inúmeras bibliotecas teológicas, inclusive na do Vaticano... e em francês, que é mais simplesdo que aramaico. Ou, sabe-se lá, adotar a última obra do Paulo Coelho como dogma de fé... Aliás, o Paulo Coelho faz referência a vários deuterocanônicos...
RAZÕES DA REJEIÇÃO:
O Velho Testamento já estava produzido;
A maioria produzida em grego;
Rejeição pelos judeus da cultura gentia;
Prevaleceu para os judeus o cânon palestiniano;
A postura protestante: a Bíblia produziu a Igreja. Postura católica: a Igreja produziu a Bíblia, e também a Tradição. Inclusive as nivela. Por isso, pode acrescentar e tirar;
Jesus não citou um deles sequer. Nem seus apóstolos. Judas cita dois pseudepígrafos, mas não parece ceder-lhes declaradamente o conceito de inspirados.
(LIVRO: As raízes Malígnas do catolicismo romano- Francisco de Aquino)
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